Vivemos momentos de fustigação pelas coisas erradas que fizemos no passado.
Vivemos momentos de ansiedade pelas coisas que iremos fazer, nos pré-ocupamos com algo ainda não real. Ainda não existente.
O tempo do agora já não existe, e esse tempo é desperdiçado. Não vivido. E as pequenas coisas são despercebidas, são ignoradas. Qual foi a última vez em você viu o sol nascer? Qual foi o último banho de chuva? Qual foi a última vez em que você apreciou calado o seu cônjuge?
Diante do momento reflexivo sobre o tempo, me vem a memória um provérbio árabe que diz: O que passou fugiu, o que você espera está ausente, mas o presente é seu.
Precisamos acalmar a mente e interromper a agitação ou pelo menos o diálogo ininterrupto a que estamos acostumados, para poder chegar a um estado de tranquilidade e serenidade.
E esse monólogo mental caracterizado pela sucessão de pensamentos que envolve o passado e o futuro, tira da mente toda a concentração para a apreciação do agora, do presente. Colocando de lado a amplitude das sensações da vida em nosso volta.
Pensamentos e mais pensamentos num loop infinito, atuando principalmente em coisas do que ficou e do porvir, fazendo com a mente deixe de lado os momentos do presente, limitando a visão da vida, acentuando os problemas, criando barreiras instransponíveis.
Uma das consequências do predomínio desta mente limitada é que, ao evadir-nos de maneira constante do presente, a mesma nos impede de viver a realidade que acontece a cada instante, tornando-nos incapazes de desfrutar o que fazemos mais concretamente.
O que passou, já passou e não podemos mudar; e o futuro, ainda que seja bom planejá-lo, sem ansiedade e com mesura, tampouco podemos controlá-lo. Na verdade, o hoje é o único com que contamos.
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