Nossa liquidez do dia a dia … e tudo é temporário.
Vivemos num momento linear de transição da sociedade.
Mudanças nunca imaginadas por nossos pais são dilaceradas diariamente em embates radicais e cruciais para a formação de toda a espécie humana. A sociedade pós-moderna vive uma percepção de mundo na qual descarta a ideia de um tipo de regulamentação normativa da comunidade humana e assume que todos os tipos de vida humana se equivalem, que todas as sociedades são igualmente boas ou más; sociedades que recusam a fazer julgamentos ou realizar discussões em relação ao modo de vida que levamos.
Esta sociedade que vivemos pouco valoriza o debate. Pouco busca a forma. E a forma me dá uma ideia do ser envolvido, do ente ao qual estamos nos relacionando. Não tendo forma não há ilusão, não há imaginação. Todos são submetidos aos modus operandi de suas ambições. A ânsia é pelo agora. Tudo agora e sempre permanece desmontado, mas sem perspectivas de nenhuma permanência.
Tudo é temporário. Tudo é líquido.
Nossas instituições, referências, estilos de vida, crença e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e disciplina. A tecnologia é desmontada. Desconstruída antes de ser renovada ou adaptada. Diante de um homem desmontado e liquefeito, a tecnologia avança com percepções conflitantes da Inteligência Artificial. Questionamentos psíquicos ou sociais não são discutidos e a formação da IA se torna um leque de opções. Tornando-se sem forma. Tornando-se líquida. Incapaz de tomar decisões pragmáticas e perceptivas. E é neste momento que me recordo dos questionamento da Dra. Susan Calvin sobre a perplexidade humana diante dos rumos tomados pela tecnologia.
PS.: Quem é Susan Calvin? Pouco importa no momento mas será importante num futuro próximo, onde estaremos diariamente em contato com a IA e com a incapacidade de manter a forma de nossas ideias.