Aos mestres com carinho


O dia não poderia terminar sem uma abordagem ao DIA DOS PROFESSORES; aos mestres que muito contribuíram para a minha formação.

Na minha ânsia de argumentar e regimentar um texto abrangente e reflexivo, tomei liberdade em parafrasear Nietzsche em sua referência aos livros. Eu digo porém que nesta minha vida tive bons e maus professores. Bons e maus mestres. Mas amar … somente aqueles que foram formados no sangue da dialética. Os professores formados neste sangue são aqueles em que as palavras são apenas a carne de ideias nascidas do corpo. A diferença entre os bons e maus professores, entre os formados no sangue da dialética e os outros formados nos conceitos da dialética é fácil de ser percebida.

Os professores formados no sangue da dialética mexem com o nosso corpo e alma. Os outros mexem somente com a cabeça. O corpo fica do jeito como sempre foi.

Aos mestres com carinho

O dia é pra ser reflexivo e não contraproducente em relação ao que o nosso país imprimi na vida de nossos mestres. O dia é para ser de alegria, e alegria de ensinar. Logo, minhas lembranças se remetem a dois livros que há muito tempo li: Entre a ciência e a sapiência, e A alegria de ensinar; ambos de Rubem Alves.

Retomar estes livros e relê-los é como estar parado no tempo. Nada mudou em relação à minha percepção da educação em nosso país. Nada mudou em relação à minha percepção aos professores da minha terra de palmeiras onde canta o sabiá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Para mim soa como um canto sagrado. Uma mágica. Um feitiço…

“Feitiço é quando uma palavra entra no corpo e o transforma.” E palavras são como flechas que entram até o mais profundo da alma. Os professores são estes agentes das palavras, os encantadores do despertar das mudanças. E é com as palavras que professores mudam vidas, transformam “sapos” em “príncipes”.  Eu sou uma dessas mudanças, e agradeço aos professores que em certos momentos proferiram palavras de encantamento, de feitiço, que me transformou no que sou hoje; como disse Rubem Alves: Eu não sou eu; sou as palavras que os outros plantaram em mim.

Meu corpo, meu ser é o resultado de um enorme encantamento (agora parafraseando Rubem Alves). E os encantadores foram muitos, e com certeza também os meus professores.

E meu corpo é um corpo enfeitiçado. É um corpo encantado.

É afinal, um corpo fechado: porque o meu corpo aprendeu as palavras que foram ditas e esqueceu algumas outras, que agora permanecem mal…ditas.

Aos mestres com carinho.

 

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